Notícias

Especial 8 de Março: Mensagens de conselheiras do CAU/BR e de presidentes dos CAU/UF

 

Elas falam sobre o papel das arquitetas e urbanistas como agentes de transformação social


CONSELHEIRAS FEDERAIS

“Neste 8 de março,  Dia Internacional da Mulher, temos renovada ocasião para refletir sobre dignificar a diversidade. Acreditar na complementaridade entre pessoas sempre aponta para uma direção de respeito e de redução de enormes e inequívocas desigualdades.

Trabalhar e viver de Arquitetura e Urbanismo desde sempre, independentemente de ser mulher, foi uma escolha muito feliz. Muito recompensadores são os vários anos de atividades em defesa da profissão escolhida, como dirigente de entidades profissionais; e é especialmente motivo de orgulho a oportunidade de ser conselheira do CAU/BR ao representar o meu estado, o Rio Grande do Sul, o que contribui para exemplificar o fato de que atuar coletivamente, acima da condição de ser mulher, é atitude imprescindível.”

 

Gislaine Vargas Saibro

2ª Vice-Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

 

PRESIDENTES DE CAU/UF

 

“Fazendo uma exploração sobre os vastos nomes da arquitetura e urbanismo, vê-se que antigamente a participação feminina fica nitidamente relegada a segundo plano. O que mostra não a ausência dessas representantes na profissão, mas a falta de reconhecimento do trabalho feminismo na arquitetura.  Nos últimos anos, esse reconhecimento está mais acelerado devido à conscientização das próprias profissionais que assumem uma postura mais segura e confiante. Essa segurança se deve ao fato de que não somente a sociedade, mas, a própria mulher reconheça e assume seu papel de agente de transformação social. A participação da mulher no meio arquitetônico e urbanista é visível nos números crescentes de registros do CAU. Entretanto, ela precisa criar novas frentes de participação feminina nas diversas esferas da sociedade, ingressando em cargos de liderança, política e outros. A mulher arquiteta tem se destacado como agente de transformação da sociedade, quebrando paradigmas, vencendo preconceitos e superando seus limites, ocupando seu lugar na sociedade e fazendo a diferença no mercado de trabalho. Através da luta da mulher pela conquista do seu espaço, novos caminhos se abrem no mercado de trabalho da arquitetura e urbanismo.” 

 

Tânia Maria Marinho de Gusmão

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas

 

 

 

“Estamos na era da consciência do valor feminino.  As mulheres, cada vez mais, buscam um mercado de trabalho amplo e irrestrito. Como arquitetas e urbanistas, podemos desempenhar plenamente as atividades que a nossa profissão nos oferece.  Assumindo responsabilidades legais e morais, praticando as atribuições profissionais junto aos mais variados papeis  que a vida cotidiana nos expõe , temos, assim, motivo para uma comemoração que merece ser diária.”

 

Patrícia Luz de Macedo 

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Norte

 

 

 

 

 

“O que dizer das Margaridas, das Rosas ou das Dálias? Flores diferentes com perfume inconfundível, assim também são estas mulheres incríveis e maravilhosas que têm escolhido a Arquitetura e o Urbanismo como profissão. Por onde passam deixam uma marca indelével, a expressão de sonhos, que um dia deixaram de ser só delas para ser de uma multidão de meninas que abraçam a carreira, mesmo sabendo de todos os riscos. Projetar moradias e cidades é um privilégio. Casas podem ser para toda a vida, cidades são para muitas gerações. Monumentos são para a história de uma nação. Onde quer que estejam os sonhos e realizações de nossas arquitetas e urbanistas ali está plantado o nosso coração. Feliz Dia Internacional da Mulher.”

Raísa Tavares Thomaz

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Rondônia

 

 

 

“O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março. Essa comemoração é o resultado de reinvindicações de mulheres nos Estados Unidos e na Europa que se reuniam em organizações femininas para protestar contra as jornadas de trabalho extenuante e dos baixos salários que recebiam, no trabalho fabril a partir da Revolução Industrial.

 

Essas organizações femininas evoluíram até que no ano de 1908, cerca de 1500 mulheres se reuniram e celebraram pela primeira vez o Dia da Mulher, pois buscavam igualdade política, uma vez que na maior parte do mundo as mulheres não tinham direito ao voto e procuravam também igualdade econômica, somente mais tarde em 1910 quando foi realizada a II Conferência de Mulheres Socialistas na Dinamarca foi criada uma data anual para se celebrar o dia da Mulher, como forma de valorizar as lutas femininas. Mas o dia para Internacional da Mulher só foi oficializado em 1921.

 

Apesar da declaração e da criação de um dia Internacional para as mulheres as questões de gênero diferenciando os talentos e aptidões entre mulheres e homens continuaram praticamente imutáveis. As mulheres já frequentavam escolas superiores, mas em número bastante reduzido. Pode-se citar que a primeira mulher a se graduar em Arquitetura foi a americana Marion Mahony Griffin, em 1894, no Massachussets Institute of Technology.

 

Marion foi bastante discriminada no mercado de profissional de Arquitetura e trabalhou durante muito tempo com Frank Lloyd Wrigth, deixando sua marca com seus desenhos aquarelados e em seus projetos de paisagismo, mas mesmo assim Wrigth nunca deu a ela os créditos de suas obras. Ainda considerando as questões de gênero na profissão é importante citar como as mulheres eram tratadas na Escola Bauhaus.

 

A Escola Bauhaus  criada em 1919, em Dessau, na Alemanha teve como primeiro diretor o arquiteto Walter Gropius, que no manifesto da criação de escola colocou: serão aceitas na Bauhaus todas as pessoas idôneas, independente de idade ou sexo. Este era o discurso de um homem progressista. Porém na perspectiva da diferença de gênero as coisas não funcionavam assim.

 

Quando a escola foi aberta, como uma escola de Arquitetura, Design e Artes em uma ótica de vanguarda, com o espírito democrático e libertário, muitas mulheres interessadas em artes ingressaram na escola, e na grande maioria mulheres talentosas a exemplo de Gunta Stölzl, Benita Otte, Margarete Willers, que foram conduzidas para a oficina de tecelagem. Essa oficina surgiu dentro do Departamento Feminino, devido ao grande número de mulheres que estavam ingressando na escola. Além da criação do Departamento Feminino foi estabelecido pelo Conselho dos Mestres que as mulheres só poderiam ocupar 1\3 das vagas.

 

Observando a atuação da mulher no mercado profissional da Arquitetura, não é difícil perceber que nos primeiros anos do século XX não existia muito espaço para o público feminino e essa constatação não é verdadeira apenas na Arquitetura e sim nas outras profissões também.

 

As dificuldades para as mulheres em todos os setores de vida se perpetuaram, e em um contexto de lutas a Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945 assinou o primeiro acordo internacional que estabelecia o princípio de igualdade de gênero. Em 1960 graças ao movimento feminista foi comemorado oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 foi estabelecido que o dia passaria a ser comemorado todo dia 8 de março.

 

Dos primeiros anos do século XX para hoje no setor da profissão de Arquitetura e Urbanismo muitas coisas se transformaram. Hoje somos maioria, no Brasil segundo o censo de Arquitetura do CAU\BR em 2012, dos 128 mil profissionais ativos, 61% são mulheres uma tendência que vem aumentando ano a ano. Contudo também se observa que apesar do grande contingente de mulheres na profissão poucas são as mulheres que alcançam destaque em comparação aos homens.

 

Não se pode deixar de citar nomes de mulheres importantes  na Arquitetura e Urbanismo e no Design, a exemplo da arquiteta pernambucana Janete Costa, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi que veio para o Brasil na década de 1940, de Zaha Hadid a primeira mulher a ganhar o Prêmio Pritzker de Arquitetura, Denise Scott Brown arquiteta e urbanista americana, sócia da empresa Venturi, Scott Brown Associates, mas é importante ressaltar que é um número muito pequeno de mulheres com grande destaque na profissão.

Nós mulheres na Arquitetura e Urbanismo temos ainda que ocupar mais espaços de representação e lutar por igualdade salarial, que é uma luta mundial. Pensando na mulher na Arquitetura e Urbanismo e ampliando as reflexões para o dia Internacional da mulher é necessário que se veja esse dia como um dia de reinvindicações e lutas para conquistar mais direitos e erradicar da sociedade a discriminação, a violência física, moral e sexual contra as mulheres como uma forma de garantia de direitos ao trabalho feminino e respeito ao gênero”.

 

Ana Maria de Souza Martins Farias

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Sergipe

 

 

“Cada vez mais envolvidas com a profissão, as arquitetas urbanistas estão também mais conscientes da sua responsabilidade social e ambiental.
Seja na arquitetura ou no urbanismo, essas incansáveis mulheres fazem da sua criação a realização dos sonhos de tantas pessoas que buscam qualidade de vida nos espaços em que vivem e convivem.     Como Arquiteta Urbanista e enquanto Presidente do CAU/TO posso afirmar que um novo e imenso horizonte se abriu e que minha visão sobre a nossa profissão ampliou significativamente. 
Hoje é ainda mais fácil ver o quão admirável é a nossa missão e o quanto o respeito às pessoas deve ser priorizado por todos nós.

 

Joseísa Furtado

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Tocantins

 

Publicado em 08 de Março de 2017.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

OUTRAS NOTÍCIAS

Concurso de Arquitetura

1º Concurso de Fotografia CAU/RO

Concurso de Arquitetura

LANÇAMENTO VI PREMIO TCC

Destaques

ELEIÇÕES DO CAU: DURANTE A VOTAÇÃO, CENTRAL DE ATENDIMENTO FUNCIONARÁ EM HORÁRIO ESPECIAL

Pular para o conteúdo